Embora as eleições municipais ainda estejam a cerca de três anos de distância, o cenário político de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, já começa a se movimentar com intensidade. E os sinais que emergem das ruas, das lideranças comunitárias e dos bastidores políticos indicam que o grupo do atual prefeito, Carlinhos do Magrão, não terá um caminho confortável pela frente.

Em conversas com moradores e lideranças locais, um nome surge de forma recorrente e espontânea – Sônia Chaves, ex-prefeita do município. Figura conhecida, testada nas urnas e com uma trajetória profundamente ligada à história de Novo Gama, Sônia aparece como uma liderança capaz de reorganizar o campo político local e impor dificuldades reais ao grupo que hoje comanda a prefeitura.

Prefeito Carlinhos do Mangão ainda não tem um nome para lhe substituir na política local – Fotos: Divulgação

Sônia Chaves não é apenas um nome do passado político da cidade. Para muitos, ela representa um período de forte conexão entre gestão pública e identidade local. Seu vínculo com Novo Gama ultrapassa o discurso eleitoral; é uma relação construída ao longo de décadas, marcada por presença, articulação regional e defesa do Entorno como espaço estratégico para Goiás. Esse capital político, somado à memória administrativa, explica por que seu nome volta a ganhar força mesmo fora do calendário eleitoral.

Prioridade é Marconi Perillo

Neste momento, porém, Sônia tem deixado claro que sua prioridade política está no plano estadual. Ela atua de forma intensa na pré-campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás, apostando na retomada de um projeto que, em sua avaliação, dialoga com as necessidades do Entorno. “Vamos eleger Marconi Perillo governador”, afirmou de forma direta, sinalizando alinhamento político e disposição para ir a campo.

E ela tem ido. No último fim de semana, Sônia Chaves percorreu diversas cidades da região. Em Águas Lindas de Goiás, participou da inauguração de uma igreja e manteve conversas com lideranças políticas locais, reforçando alianças e ampliando o diálogo com diferentes segmentos da sociedade. A movimentação revela organização, fôlego político e leitura estratégica do território.

Enquanto isso, o grupo do prefeito Carlinhos do Magrão enfrenta um contexto mais instável. Tudo indica que Carlinhos deverá subir no palanque de Daniel Vilela, reposicionando-se politicamente após ter mantido, em outro momento, alinhamento com o senador Wilder Morais. Essa mudança de rota é observada com atenção por aliados e adversários, e pode gerar desgastes em uma base que já não demonstra a mesma coesão de outrora.

Nesse tabuleiro, a eventual entrada de Sônia Chaves na disputa municipal — ainda que não declarada — funciona como um fator de pressão permanente. Sua história, sua influência regional e sua capacidade de articulação fazem com que o atual grupo no poder saiba, desde já, que não terá vida fácil. Mesmo fora da corrida direta, Sônia já interfere no jogo, seja fortalecendo Marconi Perillo no Entorno, seja reposicionando expectativas políticas em Novo Gama.

O fato é que o debate eleitoral começou antes do tempo. E, em Novo Gama, ele passa inevitavelmente pelo nome de Sônia Chaves — uma liderança que, para muitos, continua sendo sinônimo de amor pela cidade e compromisso com o Entorno.