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Boletim Família e Renda revela retrato das desigualdades e das condições de vida no Distrito Federal

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgou nesta quinta-feira (18) os resultados do primeiro Boletim Família e Renda, estudo inédito que traça um panorama detalhado das condições de vida das famílias brasilienses ao longo de 2024. A pesquisa lança luz sobre a composição familiar, os níveis de renda, as principais fontes de sustento e o perfil das chefias de domicílio em todo o território do Distrito Federal.

Organizando as famílias em quatro grupos de renda, o boletim permite uma leitura comparativa das desigualdades socioeconômicas existentes no DF. Um dos dados que chama atenção é o tamanho médio das famílias, que ficou em 2,5 pessoas, mas varia de forma significativa conforme a renda. Entre as famílias de menor renda, a média sobe para 3,1 integrantes, enquanto nos grupos de renda mais elevada esse número oscila entre 2,1 e 2,4 pessoas, indicando diferentes padrões de organização familiar e condições de vida.

A disparidade também se evidencia nos rendimentos. Em 2024, a renda média familiar variou de R$ 2.018 no grupo de menor renda a R$ 19.145 entre as famílias com maior renda per capita. O levantamento aponta que o trabalho principal segue sendo a base do sustento das famílias brasilienses, respondendo por 44,5% da renda total no Distrito Federal, reforçando a centralidade do emprego na manutenção das condições de vida.

No mercado de trabalho, os dados mostram que 67,4% dos chefes de família estavam inseridos na força de trabalho, com um nível de ocupação de 61,3%. A taxa de desemprego entre os responsáveis pelos domicílios foi estimada em 9%, mas com fortes desigualdades: o índice é significativamente mais alto entre os chefes pertencentes ao grupo de menor renda, evidenciando a vulnerabilidade social dessas famílias.

O estudo também analisa os arranjos familiares predominantes no DF. As famílias formadas por casais com filhos representam 28,5% do total, seguidas pelos arranjos unipessoais, que correspondem a 25,6%. Outro dado relevante é que 40,7% das famílias brasilienses são chefiadas por mulheres, indicador que reforça a importância de políticas públicas sensíveis às desigualdades de gênero e à sobrecarga enfrentada por essas responsáveis.

Ao reunir e sistematizar essas informações, o Boletim Família e Renda se consolida como uma ferramenta estratégica para o planejamento de políticas públicas no Distrito Federal. Mais do que números, o estudo revela os desafios estruturais enfrentados pelas famílias, aponta desigualdades persistentes e oferece subsídios fundamentais para a construção de ações voltadas à redução da vulnerabilidade social e à promoção de mais justiça econômica no DF.

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