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Luziânia inicia faxina histórica nos postes. No Jardim do Ingá ainda vai começar

A cena é conhecida e incômoda. Ruas tomadas por fios soltos, cabos abandonados, enroscos perigosos sobre as cabeças de pedestres e motoristas. No Jardim do Ingá e em diversas regiões de Luziânia, a grande bagunça nos postes se tornou símbolo de descaso, insegurança e falta de ordem. Mas, desde quarta-feira (3), a realidade começou a mudar — e a mudança tem provocado aplausos, mas também indignação diante do tamanho do abandono acumulado ao longo dos anos.

A Prefeitura de Luziânia deu início a uma força-tarefa robusta para retirar a fiação irregular, inativa e acumulada que se espalha pela cidade como uma teia de riscos. Em parceria com a Equatorial Energia e empresas de telecomunicação e internet, a operação é parte de um plano de ordenamento urbano que, segundo a gestão, deve transformar o cenário da cidade.

A iniciativa não é apenas estética. Por trás da faxina nos postes há uma necessidade urgente – prevenir acidentes, interromper riscos de curto-circuitos, eliminar a ameaça de quedas de cabos e garantir a segurança de quem circula diariamente pelas vias. Moradores do Jardim do Ingá, onde o acúmulo de fios chega a níveis alarmantes, relatam que há anos convivem com postes abarrotados, cabos partidos e fios a baixa altura — situação que revolta e preocupa a comunidade.

“Isso aqui virou terra sem lei. O que estão tirando agora estava pendurado aqui há anos. É um perigo danado”, comenta um morador da região.

A prefeitura afirma que o trabalho vai avançar por todos os bairros, priorizando locais de maior fluxo e pontos críticos denunciados pela própria população. A limpeza, que começou no dia 3, segue em andamento e deve se estender pelas próximas semanas.

O prefeito Diego Sorgatto destacou que a ação é um marco para a modernização da infraestrutura da cidade.
“Estamos colocando ordem na nossa rede aérea e avançando em uma agenda que há muito tempo a população esperava. Quando governo e concessionárias atuam juntos, quem ganha é o cidadão.”

O diretor da Divisão de Posturas, Boaz Albuquerque, reforçou o caráter preventivo da iniciativa.
“Constantemente ficamos sabendo de acidentes causados por fiações irregulares. Com este trabalho, buscamos evitar que mais pessoas se machuquem ao transitar pelas vias.”

Exemplo para o Entorno

A faxina urbana de Luziânia já chama atenção de moradores de outras cidades do Entorno, onde problemas semelhantes se acumulam sem respostas concretas. A expectativa é de que a ação se torne referência regional, mostrando que é possível enfrentar o caos instalado nos postes com planejamento, parceria e força de vontade política.

Enquanto a limpeza avança, cresce também a cobrança da comunidade: como permitiram que essa bagunça chegasse tão longe? E, principalmente, por quanto tempo esse novo padrão será mantido?

Por ora, o consenso é um só: a faxina chegou tarde, mas chegou forte — e Luziânia quer que ela continue.

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