Setores da oposição ao Governo do Distrito Federal articulam uma manifestação para a próxima segunda-feira (24), em frente ao Palácio do Buriti, em reação aos desdobramentos das investigações que envolvem o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master. A mobilização surge em meio ao crescente questionamento sobre o papel do governador Ibaneis Rocha no processo que colocou o banco público no centro de uma crise financeira e política.

A iniciativa ganhou força após operações da Polícia Federal e após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) incluir o GDF e a chefe de gabinete do governador, Juliana Monici, no rol de investigados. De acordo com documentos analisados pelo órgão regulador, transações somando aproximadamente R$ 16,7 bilhões entre o BRB e o Banco Master, realizadas entre 2024 e 2025, despertaram suspeitas de possíveis manobras contábeis e irregularidades na condução das operações.

O estopim da mobilização foi o envio, pelo Executivo local, de um projeto à Câmara Legislativa autorizando o BRB a comprar participação em outras instituições financeiras — prerrogativa considerada fundamental para viabilizar a aquisição do Banco Master. A operação, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, acabou interrompida por decisão judicial, sob alegação de falta de respaldo legal e risco de dano ao patrimônio público.

O cenário se agravou com a prisão de dirigentes do Banco Master e o afastamento de membros da alta cúpula do BRB, o que elevou a pressão sobre o governo. Uma auditoria independente foi convocada para destrinchar o alcance das operações e identificar eventuais prejuízos ao banco brasiliense.

Diante desse contexto, líderes dos movimentos organizados afirmam que Ibaneis Rocha precisa se posicionar de forma transparente e direta, esclarecendo quais foram as ações e responsabilidades do governo nas tratativas com o Banco Master. Para eles, a sociedade tem o direito de saber se o BRB — instituição pública que administra recursos sensíveis — foi exposto a riscos indevidos durante o processo.