O Distrito Federal voltou ao centro do debate nacional após a denúncia do deputado federal Rodrigo Rollemberg, que classificou como “escandaloso” o rombo de R$ 12,2 bilhões envolvendo o Banco de Brasília (BRB). Segundo o parlamentar, o valor representa um dano de proporções históricas — capaz de transformar completamente a infraestrutura, os serviços públicos e a qualidade de vida no DF.

Rollemberg afirma que a cifra, se aplicada corretamente, teria potencial para mudar a realidade de ponta a ponta do Distrito Federal. “Com esse dinheiro, seria possível construir mais de 100 hospitais, modernizar escolas, ampliar o transporte público, reforçar a segurança pública e melhorar profundamente a vida da nossa população. Mas nada disso aconteceu”, denunciou o deputado.

A crítica do parlamentar é direcionada ao governo Ibaneis Rocha, que, segundo ele, “preferiu fechar os olhos” enquanto o DF enfrentava falta de estrutura, vulnerabilidade nos serviços básicos e um crescimento alarmante da insatisfação social. “Não faltava dinheiro; o que faltou foi responsabilidade”, afirmou.

A denúncia surge em meio ao aprofundamento das investigações sobre a gestão e as operações financeiras do BRB. Para Rollemberg, o escândalo expõe uma combinação de descontrole, falhas de supervisão e prioridades distorcidas que penalizam diretamente a população, sobretudo as famílias que dependem dos serviços públicos para viver com dignidade.

O parlamentar também criticou narrativas que tentam vincular realizações sociais a gestões específicas, citando como exemplo o Hospital da Criança. Em resposta a discursos que atribuem a obra a autoridades públicas, Rollemberg destacou que a unidade nasceu da iniciativa de uma servidora da saúde, da mobilização da ABRACE, da participação do ICIPE e — sobretudo — de doações da população. “A construção foi majoritariamente bancada por recursos privados e doadores. Não foi obra de quem agora tenta se apropriar dela”, reforçou.

Para diversos analistas políticos, as declarações do deputado intensificam a pressão sobre o governo local, já pressionado por decisões judiciais, turbulências administrativas e pela crescente cobrança por transparência no BRB.

Enquanto o escândalo se desdobra, a sociedade brasiliense reage com perplexidade ao tamanho do rombo e ao impacto potencial que esses R$ 12,2 bilhões poderiam ter tido na vida de milhares de pessoas. A denúncia de Rollemberg marca mais um capítulo de uma crise que promete se aprofundar e que deve dominar a pauta política nas próximas semanas.